segunda-feira, 11 de março de 2013

ALTAS HABILIDADES


Como identificar um aluno com altas habilidades?


Reserve alguns minutos para listar os nomes dos alunos que logo vêm à sua mente quando você lê as descrições abaixo. Utilize essa lista (preparada pelo MEC) como uma "associação livre" e de forma rápida. É provável que você encontre mais do que um estudante em cada item. Quem exibir consistentemente vários dos comportamentos tem fortes chances de apresentar altas habilidades.

-Aprende fácil e rapidamente.

-É original, imaginativo, criativo, não convencional.

-Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.

-Pensa de forma incomum para resolver problemas. 

-É persistente, independente, autodirecionado (faz coisa sem que seja mandado). 

-Persuasivo, é capaz de influenciar os outros. 

-Mostra senso comum e pode não tolerar tolices. 

-Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas. 

-Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes. 

-É esperto ao fazer coisas com materiais comuns. 

-Tem muitas habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.). 

-Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.). 

-Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente. 

-Aprende facilmente novas línguas. 

-Trabalhador independente. 

-Tem bom julgamento, é lógico. 

-É flexível e aberto. 

-Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica. 

-Mostra sacadas e percepções incomuns. 

-Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros. 

-Apresenta excelente senso de humor. 

-Resiste à rotina e à repetição. 

-Expressa ideias e reações, frequentemente de forma argumentativa. 

-É sensível à verdade e à honra.

Todos superdotados são similares?

Especialistas ressaltam que nem sempre esses alunos são os mais comportados e explicam que as altas habilidades são divididas em seis grandes blocos: 

-Capacidade Intelectual Geral: crianças e jovens assim têm grande rapidez no pensamento, compreensão e memória elevadas, alta capacidade de desenvolver o pensamento abstrato, muita curiosidade intelectual e um excepcional poder de observação. 

-Aptidão Acadêmica Específica: nesse caso, a diferença está em: concentração e motivação por uma ou mais disciplinas, capacidade de produção acadêmica, alta pontuação em testes e desempenho excepcional na escola. 

-Pensamento Criativo: aqui se destacam originalidade de pensamento, imaginação, capacidade de resolver problemas ou perceber tópicos de forma diferente e inovadora. 

-Capacidade de Liderança: alunos com sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, capacidade de resolver situações sociais complexas, poder de persuasão e de influência no grupo. 

-Talento Especial para Artes: alto desempenho em artes plásticas, musicais, dramáticas, literárias ou cênicas, facilidade para expressar ideias visualmente, sensibilidade ao ritmo musical. 

-Capacidade Psicomotora: a marca desses estudantes é o desempenho superior em esportes e atividades físicas, velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora fina e grossa.

Mau comportamento pode ser um sinal de superdotação?

O histórico escolar de Louis Pasteur, Albert Einstein, Walt Disney e Isaac Newton costuma chocar quem espera um comportamento "exemplar". O francês responsável pelas primeiras vacinas era mau aluno, especialmente em Química. O alemão que elaborou a Teoria da Relatividade fugia das aulas de Matemática. O americano que criou um império do entretenimento foi reprovado em Arte. E, durante a infância, o cientista inglês que primeiro percebeu a gravidade teve de ser educado pela mãe porque foi expulso da escola. Hoje, ninguém duvida de que os quatro eram superdotados, o que ajuda a entender que nem sempre alunos assim são os mais interessados e bem comportados em sala de aula. 

O estudante com altas habilidades costuma ter um interesse tão grande por uma das exemplo, pode ser usada para desafiar o professor e os colegas. Mesmo os mais aplicados dificultam a aula ao monopolizar a atenção. Muitos não querem trabalhar em grupo por não entender o ritmo "mais lento" dos colegas. A descoberta das altas habilidades é o primeiro passo para melhorar esses comportamentos. Primeiro, porque muda o olhar do professor. E também porque o próprio jovem passa a aceitar melhor as diferenças.

Fonte: FLEITH, Denise de Souza (org). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volune1: orientação a professores.Brasilia: Ministério da Educação,Secretaria de Educação Especial,2007.


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